Certa vez conheci um cara que tinha um sonho simples, ele queria ser mendigo. Conhecendo-o bem como eu conhecia, destarte me pus intrigado, afinal ele sempre pensa muito nas coisas e tem compulsão por explicações lógicas ligadas por raciocínios avessos.
Dai que a resposta era igualmente simples, ele simplesmente achava que estar totalmente fora do sistema era uma coisa boa.
A mendicância é crime, ou seja, mais subversivo impossível, a ele agradava a idéia de ter todo o tempo da sua vida pra si próprio se recusando aceitar que o conforto previamente imposto como pote de ouro no final do arco-íris fosse o único possível para uma pessoa se satisfazer pessoalmente, ora, se a satisfação é pessoal, a pessoa é quem determina.
Óbvio que essa satisfação pode ser determinada pela busca do prazer, porém não é necessário que esta coincida com a satisfação pré-fabricada imposta pela sociedade de consumo, embora muitas vezes haja a intersecção.
Hoje eu ajudaria a ele em sua tese complementando que se é mesmo impossível fruir dos direito de igualdade e liberdade, antes levar a liberdade ao máximo, deixando ao livre arbítrio o poder de não ser nada na vida, e ser feliz mesmo assim.
É pragmático e problemático, soa ridículo porque achamos que estamos no caminho certo, lutando com todas as nossas forças e nosso engenho para nos inserirmos com êxito no sistema, às vezes sem nos perguntarmos porquê.
Você já se se perguntou por que você quer o que quer, e por que e por que?
Algumas pessoas que usam sua criatividade e talento de um modo alternativo: