11.4.10

Mário Quintana

Intermezzo

Nem tudo pode estar sumido
ou consumido…
Deve – forçosamente – a qualquer instante
formar-se, pobre amigo, uma bolha de tempo nessa Eternidade…

e onde
- o mesmo barman no mesmo balcão,
por trás a esplêndida biblioteca de garrafas,
fonte de nossa colorida erudição –
haveremos de continuar aquela nossa velha discussão
sobre tudo e nada
até
que, fartos de tudo e nada,
desta e da outra vida,
a rir como uns perdidos,
a chorar como uns danados,
beberemos os dois nos crânios um do outro…
até o teto desabar!

(Perdão! até a bolha rebentar…)


Mário Quintana


Intermezzo

s.m. (pal. ital.) Breve espetáculo entre dois atos de um drama ou de uma ópera. / Pequeno trecho que separa as partes principais de uma composição musical.



Um comentário:

Jones C. disse...

Seguindo... Curti seus textos, Leandro! São herméticos, mas legais...

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