19.8.10

A Ninfa

Jovial, uma menina saltita pelos canteiros com seu vestido manchado. Seu marido a espera. Ela ainda é nova pra essas coisas de marido, e ainda nem o conhece, mas ele a espera. Sete anos de espera no alto de um penhasco.
Ela vem no rastro de uma borboleta, negra a borboleta. No penhasco há uma trilha estreita pela qual se atinge o topo, e no topo é onde mora o inseto. Ela não a viu como inseto, tomou-lha por amiga e foi em seu enlace. Era o incesto de seu marido o inseto. A ninfa morre e vive de novo, morte e vida são irmãs apaixonadas. E a menina galga o topo, estica o braço no vazio pra alcançar a borboleta. Seu marido a espera. O vôo é sinuoso e espiralado, em um impulso ela quase alcança as asas. Sete anos de espera. E o vento ventou, empurrou o corpo da menina junto ao da borboleta ela de súbito a agarra, esmaga-lhe o exoesqueleto e suas entranhas escorrem pelo vãos de seus dedos fofinhos e pequeninos de meninota. Ao marido só o petisco, ao vestido, outra mancha.

Um comentário:

decio h disse...

Precisamos conversar sobre este.

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