- Você faz direito?
Ela perguntou, me conhecia de vista, ou de ouvir falar talvez.
- Faço.
Respondi com a piada pronta na cabeça mas resolvi guardá-la pra mim.
- Ai como você agüenta?
- Ah eu gosto, direito é muito loco.
Minto de primeira mas dá trabalho explicar minha relação com esse curso, meu desgosto é de gostar.
- Eu fiz no começo do ano, mas não agüentei e saí.
- Ah é por quê? Dissimulo.
- Acho que foi o povo do direito, aquela espécie.
A espécie da qual ela se referia eu conheço bem, o pessoal do mundo jurídico, veja que como se fossem de outro mundo eles se consideram outra espécie.
Espécies jurígenas,
Jurienígenas.
Uns putos arrogantes de pouco senso crítico, eu faço parte, posso falar mal.
2 comentários:
Minha versão:
Segue-se um dia e outro. Churrasco. Cheguei com o karaokê e esperava nada mais que alguma cantoria nonsense. Beber, não bebi. Comer, não comi. Logo, pagar, não paguei.
Ele estava lá e foi um dos primeiros que cumprimentei. Lembro que ele me pareceu muito alto. Céus, nunca o havia cumprimentado. Mas ele me sorriu.
Passam momentos. Estou entediada. Quero me intrometer. Meter-me no meio. Meter-me no meio dele. Nada a perder.
Fazer Direito pareceu-me na hora_ e me parece hoje_ ter sido uma boa coisa: levou-me a ele. Critico a perder de vista. Digo ter ele cara de quem faz Ciências Sociais, Filosofia. E não minto.
Estava ele de pé e eu sentada. Meu pescoço dói, preciso que ele se sente.
Narguile narguile narguile. O meu tipo de fumo lícito. Ele ao meu lado e eu brisando pensando pensando pensando no quanto ele me era perfeito. Naquela tarde ele me encantou de tamanho jeito que nunca mais o percebi da mesma forma como naquelas horas. Não tentei me insinuar, mas estava encantada.
Sai ele e sai junto da pessoa que, julgava eu, encalhava a minha vida. "Perdi", penso.
ounnn
que bonito isso.
ta, comentario ingrato, mas eh bonito mesmo
=D
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